Três brilhantes inovadores com deficiência

A ideia de muitos grandes inovadores com deficiência é “escrever o possível na história dos prováveis impossíveis”, como Cláudio Luciano, criador do MouseKey, disse. E, na realidade, temos bons casos brasileiros que mostram o quanto essa possibilidade é real!

Por isso, neste artigo falamos sobre três pessoas que criaram ótimas soluções com as mais diversas finalidades. Sempre nos mostrando como o espírito de inovação pode ajudar milhares de vidas. Vamos conhecê-los?

Gleison Fernandes de Faria – Teclado Iconográfico Combinatório

Gleison Fernandes

Gleison Fernandes – ou Gleisinho para os íntimos – nasceu com paralisia cerebral devido a complicações no parto, o que comprometeu suas funções motoras. No entanto, isso não foi um impeditivo para que ele criasse suas inovações tecnológicas.
Depois de estudar na APAE de Itaúna – MG, Gleisinho foi para uma escola particular no ensino médio por causa do seu alto nível de aprendizado.

Futuramente, ele estudou Ciência da Computação na Universidade de Itaúna, onde precisou usar um capacete adaptado para utilizar os computadores da instituição de ensino.
Percebendo a dificuldade de uso do apetrecho, Gleisinho decidiu criar algo mais adaptado a pessoas com condições similares a dele. E foi dessa motivação que surgiu a sua tese de conclusão de curso voltada ao teclado iconográfico combinatório!

Com ele, pessoas que tenham limitações motoras conseguem digitar com as próprias mãos, pés ou cotos ao utilizar nove botões acionáveis em sequências duplas. Essas sequências, por sua vez, fazem com que um caractere seja digitado. No entanto, ainda era difícil encontrar apoio para tirar essa boa ideia do papel.

Felizmente, depois de algum tempo Gleisinho conheceu a Geraes Tecnologia
Assistiva, hoje chamada de TiX. A empresa o apoiou e ambos formaram uma parceria que evoluiu o primeiro teclado chegando ao Teclado Inteligente TiX que possui teclas sensíveis, é conectável a qualquer acionador assistivo externo, substitui o mouse e muito mais! Legal, né?

Cláudio Luciano Dusik – MouseKey

Cláudio Luciano Dusik

Diagnosticado com atrofia muscular espinhal desde pequeno, Cláudio tinha previsão de vida até no máximo os 14 anos. No entanto, aos poucos o pequeno inovador foi superando suas dificuldades e escrevendo “o possível na história dos prováveis impossíveis” como disse no seu projeto de mestrado.

Sua mãe, Elisa Arnoldo, relatou que as escolas não queriam aceitá-lo na infância. Depois de 5 anos ele conseguiu ingressar em uma instituição de ensino, mas passou dois anos com dificuldades de socialização porque não conseguia descer do primeiro andar para o recreio.

Depois da terceira série a sua vida mudou com o auxílio dos professores e dos amigos que o ajudavam a descer e a brincar. Após todo esse período, Cláudio começou a perder o movimento das mãos enquanto cursava psicologia.
Com esse problema, ele percebeu que precisava desenvolver algo para conseguir escrever e resolveu estudar informática. Então, ele desenvolveu o teclado MouseKey que detalha o alfabeto, pronomes, sílabas etc a partir do movimento do mouse e de cliques!

Hoje com 36 anos, Cláudio é mestre em educação, trabalha como funcionário da Secretaria de Educação, ajuda alunos de Educação à distância na UFRGS e planeja fazer doutorado. Uma história e tanto, né?

Fernando Botelho – F123

Fernando Botelho

Aos 16 anos, Fernando Botelho começou a perder a visão. Dois anos depois, ele estava completamente cego. E o que um jovem nessa idade decidiu fazer para enfrentar o problema? Desenvolver algo que ajudasse outras pessoas cegas e deficientes visuais!

Com 18 anos, Fernando começou a estudar sobre o preço dos computadores e dos softwares leitores de tela em 1997 e em 2006. Nessa pesquisa, ele percebeu que embora os computadores tivessem tido uma queda de mais de 80% do valor, os softwares leitores de tela tiveram um aumento de mais de 20%!

Com essa constatação, Fernando decidiu que precisava criar um software com um preço mais acessível à população em geral. A partir daí, ele e sua esposa iniciaram a criação do protótipo do F123 em 2007 que atraiu muitos prêmios e financiamentos. Por fim, o projeto final do F123 é um software leitor de tela por voz que facilita a utilização de computadores por cegos e deficientes visuais. Basta instalar o programa (ou conectar um pen drive) e qualquer pessoa poderá navegar na internet, acessar e-mails, ler documentos, utilizar planilhas etc ouvindo o que está escrito em até três línguas (português, inglês e espanhol).

Atualmente, algumas dessas soluções são utilizados por ONGs, escolas, agências governamentais, entre diversas outras instituições. E são histórias como essas que nos motivam a continuar criando cada vez mais possibilidades para as pessoas. Quer conhecer um pouco mais sobre elas? Então clique aqui e veja todos os nossos produtos!