A moda vai além dos grandes desfiles e das vitrines de lojas famosas e conceituadas. O seu conceito está relacionado à cultura, estilo de vida e à forma de expressão dos seres humanos. Mas, você já ouviu falar sobre moda inclusiva? Neste artigo, explicamos o que significa esta ideia e como ela está alterando os padrões de beleza e de consumo da indústria fashion e proporcionando bem-estar e autoestima a pessoas com deficiência. Confira!
Moda inclusiva propõe o desenvolvimento de vestuários, calçados e acessórios adequados a mobilidade, ergonomia e conforto da pessoa com deficiência. Dessa forma, são criados novos modelos, costumes e métodos pensados nas características e necessidades pessoais de pessoas com deficiência. Assim, a proposta surge justamente para que esses itens não sejam simplesmente adaptados e ajustados a essas pessoas, mas pensados, principalmente, em suas características. Com isso, a proposta da moda inclusiva é trazer conforto, bem-estar, inclusão, autonomia e garantir que pessoas com deficiência possam acessar vestimentas de forma plena e acessível.
No Brasil este segmento não para de crescer, fazendo com que o país se torne uma das referências em moda inclusiva. Desde 2009, por exemplo, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em São Paulo, realiza o Concurso Internacional de Moda Inclusiva. No evento, que conta com a presença de estilistas de diversos países, são apresentadas peças de roupas desenvolvidas especificamente a pessoas com deficiência.
Outros eventos como o Fashion Day Inclusivo também promovem a valorização da moda inclusiva. Assim, através de palestras, consultorias e informações sobre moda, os participantes do evento podem conhecer melhor sobre os objetivos dessa área. Dessa forma, com a realização desses eventos, novas tendências e propostas de modo inclusiva surgem no mercado, incentivando o desenvolvimento de novas peças para este setor. Além disso, promove a conscientização e possibilidade de novas perspectivas para este segmento.
Abotoar uma camisa ou calça são tarefas muito complicadas, não é mesmo? Botões e outros feixes de encaixe não foram criados pensados em pessoas com comprometimento de funções motoras. Por isso, algumas camisas possuem velcros que facilitam o momento de se vestir, substituindo botões. Além disso, os velcros também estão localizados nas mangas das camisas, caso a pessoa queira dobrá-la.
Em algumas ocasiões, pessoas que utilizam cadeiras de rodas para se locomover encontram dificuldades em bolsos e compartimentos. Para isso, a moda inclusiva propõe o desenvolvendo de bolsos mais acessíveis, sem botões e localizados nas laterais da roupa. Além disso, zíperes são escolhas preferíveis em relação aos botões. Eles são mais práticos e não exigem muito esforço quanto os botões.
Alguns vestuários já possuem informações em braile em suas etiquetas. Dessa forma, pessoas com deficiência visual ou baixa visão podem ter acesso às características do tecido do produto que pretendem comprar, escolher para vestir ou separar para lavagens.
Além disso, a tecnologia digital também está presente para auxiliar à moda inclusiva. Diversos cabides já armazenam informações sonoras sobre as peças de roupa. Com isso, a pessoa poderá gravar qual peça está naquele cabide e depois escutar o áudio no momento em que procurar sua roupa. Essa função auxilia muito pessoas com deficiência visual a escolherem roupas de cores diferentes, por exemplo.
A moda inclusiva, assim como todas as ações que buscam inclusão e acessibilidade, são importantes para a representação e identificação de pessoas com deficiência. Como a moda é uma forma de expressão e estilo de vida, pessoas com deficiência não se sentiam representadas com a presença de peças não acessíveis.
Dessa forma, a moda inclusiva auxilia muito o dia-a-dia das pessoas com deficiência. Além disso, possibilita que se identifiquem e se sintam representadas ao verem outras pessoas utilizando essas peças. Com este sentimento de representação, a autoestima e o bem-estar são valorizados.