Em 2016, a organização dedicada ao ativismo da causa de pessoas com deficiências, Rudeman Family Foundation, publicou um estudo sobre a participação de atores com deficiências. Segundo a fundação, dos personagens com deficiência na TV americana, 95% são interpretados por atores sem nenhum tipo de deficiência, ou seja, mostrando claramente como ainda falta muito para a verdadeira inclusão de artistas com deficiência.
Apesar de cinco anos terem passado desde o estudo, pouca coisa mudou. No Brasil, os números são ainda menores e abre a necessidade de falarmos sobre a inclusão de pessoas com deficiência nesse mercado.
Assim, o cineasta inglês, naturalizado no Brasil, Lucca Messer, fundou a agência Assim Somos. De acordo com Lucca, a ideia da agência nasceu após um documentário feito por ele com a dançarina e atriz, Mona Rikumbi, a primeira atriz negra com deficiência a atuar no Teatro Municipal de São Paulo. “São mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no mercado, mas poucas pessoas são vistas como possíveis funcionárias ou prestadoras de serviço. Dessa forma, a agência propõe ajudar neste processo de inclusão”, afirma Lucca. A Assim Somos é a primeira agência brasileira para artistas com deficiência física. Ela busca promover a inclusão de artistas com deficiência nesse mercado.
Criada em 2018, a agência propõe alavancar e dar transparência ao tema de deficiência dentro do mundo corporativo. Assim Somos é a primeira agência do país a representar artistas com deficiência, criando oportunidades para inserir talentos no mercado de trabalho.
Para Lucca, pessoas com deficiência movimentam a economia, e trazem importantes perspectivas à sociedade. “Conectamos talentos a empresas que enxergam o valor de abrirem as portas para o protagonismo da Pessoa com Deficiência. De atores a palestrantes; bailarinos a cantores, a agência é formada por pessoas que geram um impacto social através de seus talentos”.
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Atriz, dançarina e enfermeira, Mona foi diagnosticada com neuromielite óptica aos 30 anos. Por causa da doença, se tornou cadeirante desde 2007. Mona foi a primeira cadeirante negra a se apresentar no palco do Theatro Municipal de São Paulo e participou do documentário MONA – A luta da mulher negra com deficiência no Brasil.
Em entrevista ao Instituto Paradigma, a atriz afirmou que “a gente tem atores e atrizes que interpretam pessoas com deficiência, mas ainda não conseguem ver que a pessoa com deficiência é artista e pode ser absorvida pelo mercado. Mesmo em seriados internacionais, há poucos”.
Conhecido no país como “Rei”, o cantor e compositor Roberto Carlos iniciou sua carreira no início da década de 1960. Quando criança, Roberto sofreu um acidente e precisou ter a perna amputada, vivendo com uma prótese desde então. Enquanto músico, Roberto possui uma carreira sólida, marcada por canções consagradas – muitas em parceria com o amigo Erasmo Carlos. Além disso, é o artista solo brasileiro com mais álbuns vendidos.
Cantor e compositor, Herbert Viana é o vocalista da banda de rock O Paralamas de Sucesso. Em 2001, o músico sofreu um acidente com o seu avião ultraleve e ficou paraplégico. Por causa do acidente, Herbert passou 25 dias internado, além de 20 dias em estado de conta. Precisou reaprender a falar, cantar e tocar. Assim, Herbert está entre os grandes compositores da geração pop que projetou em escala nacional o rock feito no Brasil a partir dos anos 1980.
A atriz Tatá Cordazzo possui deficiência auditiva. A atriz nasceu prematura e começou a usar aparelhos auditivos aos cinco anos de idade, após o uso de fortes antibióticos para um tratamento que destruiu suas células sensoriais. Em 2017, atuou na novela Tempo de Amar e em 2019, em Malhação – Toda Forma de Amar. Antes de ir para a TV, a catarinense fez peças de teatro em sua cidade natal.
Natural do Ceará, Rosimário nasceu com retinose pigmentar, uma doença hereditária e progressiva que causa cegueira. Assim, com a deterioração da visão entre 2003 e 2004, Rosimário largou o trabalho em construções e começou a se dedicar à dança.